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NEUROCIRURGIA

Aneurisma cerebral

Os aneurismas são dilatações pontuais em regiões onde há fragilidade nas artérias cerebrais.
Estão presentes em 1-4% da população geral de forma assintomática e são identificados através de exames contrastados do encéfalo realizados por outros motivos, na investigação de queixas diversas.
O julgamento a respeito do tratamento dos aneurismas não-rotos depende de uma série de fatores relacionados ao paciente e à lesão e deve ser criterioso.
Tipicamente silenciosos, provocam sintomas quando ocorre o seu rompimento, a chamada hemorragia subaracnóide - HSA -, o que acontece em situações em que o paciente desempenha esforço físico, como durante o treino de musculação, corrida, ao evacuar e até mesmo durante o ato sexual.
A queixa é de uma dor de cabeça insuportável, “a pior da vida”, que inicia abruptamente e atinge o seu auge em poucos segundos. Associado, pode haver náusea, vômito e perda de consciência.
É uma condição grave, com taxa de morbidade e mortalidade elevadas. O tratamento envolve cirurgia para oclusão do aneurisma, bem como medidas de neurointensivismo.


Hematoma subdural crônico

O hematoma subdural é uma lesão tipicamente secundária ao trauma, mesmo aos menos intensos e às vezes nem recordado pelo próprio paciente.
Ocorre mais comumente em idosos, pacientes que usam medicações anticoagulantes e etilistas.
Ocorre a formação de uma coleção de hematoma fluido envolta por uma cápsula no espaço entre o cérebro e o crânio, no espaço subdural. Este coágulo aumenta ao longo do tempo e provoca “efeito de massa” com deslocamento do cérebro e aumento da pressão intra-craniana.
Os sintomas associados são dor de cabeça, vômitos, perda de força de um lado do corpo, alterações cognitivas, como deficit de memória e linguagem, perda esfincteriana, entre outros.
O tratamento é feito com cirurgia, através de uma trepanação para drenagem do coágulo e restabelecimento do pressão intracraniana.


Tumores do Sistema Nervoso Central (SNC)

Os tumores do SNC são comuns no dia-a-dia do neurocirurgião.
Os mais comuns são as metástases cerebrais, que podem ser oriundas do câncer de pulmão, de pele tipo melanoma, de mama, rim e do trato gastro-intestinal.
Os demais tumores são ditos primários do SNC. Os mais comuns são os gliomas, meningiomas e adenomas hipofisários.
São lesões que crescem em diferentes taxas a depender do seu grau de agressividade. Ocupam espaço, deslocam estruturas encefálicas e provocam hipertensão intracraniana.
Os sintomas associados são dor de cabeça, crises convulsivas, sonolência, alteração de forca muscular, alterações visuais e alterações hormonais.
A avaliação com o especialista é fundamental para definição de estratégias de tratamento e seguimento.

 


Traumatismo Crânio-Encefálico


Também conhecido como TCE, trata-se das lesões do sistema nervoso relacionadas ao traumatismo.
Mais comuns na população jovem e adulta é resultante de acidente de trânsito, violência urbana, trauma laboral, entre outros.
Existem diversas lesões possíveis e o principal sintoma é a perda de consciência.
As apresentações são a concussão, lesão axonal difusa, contusões cerebrais, hematoma subdural agudo, hematoma epidural e fraturas cranianas.
São lesões com diferentes níveis de gravidade e independente disto devem ser avaliadas e tratadas em caráter de urgência e emergência.
A melhora alternativa é a adoção de medidas de segurança para evitar o evento.


Hidrocefalia


O sistema nervoso central (SNC) é banhado por um fluído cristalino que tem entre outras funções, a proteção das estruturas.
Este líquido é o liquor. Produzido constantemente pelo organismo na região dos plexos coróides, ele percorre um caminho no SNC até ser reabsorvido e retornar a corrente sanguínea.
Qualquer alteração que provoque aumento na sua produção ou barreiras relacionadas ao seu trânsito ou reabsorção, cursa com acúmulo do líquido no SNC e esta condição configura hidrocefalia.
Pode ser secundária a infecção, traumatismo, malformações congênitas, tumores e hemorragias.
Provoca aumento do crânio em recém nascidos, atraso do desenvolvimento cognitivo, dor de cabeça, vômitos, alteração visual e rebaixamento do nível de consciência, podendo levar ao óbito.
O tratamento é feito através da derivação liquórica com um dispositivo - prótese - que desvia o excesso de liquor intracraniano para outro compartimento, mais comumente o peritôneo.